Luiz Carlos Franzoni representa o Paraná na trilha mineira.

Você conhece o piloto do Ipês Off Road, Luiz Carlos Franzoni?

Mudando a pergunta: conhece o Girafão?

O engenheiro agrônomo de Rolândia (PR) de 32 anos é um autêntico representante paranaense nesta incrível  e aguardada confraternização em que se transformou, dentro e fora da trilha, a tradicional prova de Lavras.

 Conte um pouco de sua trajetória na modalidade

“Eu comecei cedo no esporte, ainda menor de idade, tinha 15 anos para 16, com uma XL 250 que era do meu pai. Como usávamos ela no sítio começamos a preparar ela pra andar aqui, e como na cabeceira da propriedade tinha uma trilha feita comecei a pegar gosto ver o pessoal, até que entrei na turma que todo sábado passava aqui no sítio. Daí peguei o gosto pelo esporte. Aqui na minha cidade era realizado anualmente um enduro e comecei a analisar até que numa dessas provas resolvi participar para conhecer. Claro, fui péssimo kkkk mas peguei o gosto por essas provas e junto de um amigo passei a ir em algumas que eram realizadas na região. Na época das provas já estava com uma XR Tornado e daí por diante nunca mais parei”

Como você analisa essa proximidade maior nos últimos anos entre os pilotos do Sul do Brasil e de Minas Gerais e outros estados do sudeste ao participarem das mesmas provas?

Luiz Carlos Girafão

“Vejo esta proximidade muito positiva pois como Minas Gerais é o berço do regularidade no País, claro em consequência vieram as melhores provas do Brasil. Isso chama a atenção de qualquer piloto a um dia ir participar de provas onde a paisagem é extremamente linda e de uma qualidade ímpar. As provas de Minas qualquer um que anda regularidade sonha em participar”

Você já disputou o Ipês Off Road? Todos falam muito das pedras ao longo do percurso nos dois dias de prova. Qual sua expectativa para a prova deste ano?

“Será minha primeira vez no Ipês Off Road. Já participei dois anos do Ibitipoca Off Road  2018/19, amei andar nos terrenos mineiros e por isso estarei participando dessa prova que tem um renome nacional muito grande pela qualidade, organização, uma prova para pilotos muito bem preparados justamente pelas pedras ao longo do caminho e acredito que este ano estou melhor preparado para encarar as pedreiras da região de Lavras. Creio que será uma prova inesquecível, como foi a primeira participação do IOR, e estou muito ansioso. Não tenho muita esperança por troféu pois sei que os mineiros não “garram” em lugar nenhum kkkk  já eu não estou tãaao acostumado com a pedreira de Lavras mas quero completar os dois dias sem nenhum problema e colocando mais uma prova do cenário nacional em meu currículo”

Na parte das trilhas, algo em comum nas trilhas paranaenses e mineiras?

Luiz Carlos Franzoni é de Rolândia, no Paraná

“Sou da Região norte do Paraná. Vejo algumas semelhanças. Há algumas regiões próximas que são pedra pura, muitas subidas e pedra pedra e mais pedra (risos) só que são pedras lisas. Diferentemente daí que são pedras que “garram” e não deixam os pilotos ficarem patinando parados. Exclusivamente na minha cidade as características das trilhas são travadas e mega lisas chão batido de terra vermelha e deu uma chuva vira espelho e haja resistência para segurar a moto nessa terra da minha cidade”

No fora da trilha, nas conversas entre paranaenses e mineiros, alguma brincadeira mais recorrente entre os pilotos? Por exemplo: se falamos em Sul pensamos talvez logo em churrasco e chimarrão (não sei se tanto no Paraná como ocorre no Rio Grande), em Minas temos o queijo, o feijão tropeiro e – dizem – até a fofoca nas cidades pequenas como marcas registradas. Não só na culinária mas em outras situações, o que observa?

“Brincadeiras entre paranaenses e mineiros de verdade não vejo muito não. São sempre conversas boas, trocas de experiências, muitas amizades. Claro, a fama dos mineiros é a fama do pão de queijo, dos doces das quitandas (por ventura sou sobrinho de mineiros de São Sebastião do Paraíso) então essa fama do fala mansa, come quieto são marcas registradas desse povo tão incrível que é o mineiro. Por isso entre os paranaenses há muito respeito e muita admiração por esse povo tão acolhedor”

Por que o apelido?

A tatoo do Girafão

“Claro! Meu apelido não poderia ficar sem explicação. Quando comecei com minha primeira moto (XL 250) como sempre fui muito alto a moto não poderia ficar para trás, na época sem muita experiência mandamos fazer um alongado de bengala para deixá-la mais alta. Daí já viu, sem experiência, uma moto beeem alta e altas “roiadas” (risos) Um amigo de trilha acabou me apelidando de GIRAFÃO por ser muito alto magro e desengonçado e uma moto que só eu andava. Daí foi ganhando o povo e tomando amplitude e hoje no meio off road sou conhecido mais pelo apelido que pelo próprio nome. Inclusive tenho uma tatto na minha perna para homenagear meu apelido que hoje tem um espacinho pequeno no cenário nacional”

Sejam muito bem-vindos Girafão e todos os pilotos paranaenses, ao 21º Ipês Off Road (a prova está programada para os dias 1 e 2 de maio, sem público e obedecendo a todos os rigorosos critérios de biossegurança).

 

 

Texto: Ivan Elias – Misto Quente Comunicação

Fotos: Arquivo Pessoal

Coordenação: Lúcio Pinto Ribeiro